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Diálogos que promovem encontros verdadeiros

..Então  tive de aprender a lição de “deixar acontecer”, a fim de possibilitar a ocorrência de um encontro verdadeiro.
O diálogo genuíno é mútuo.  Não pode ser forçado, nem agarrado. Precisamos estar abertos para seu fluxo, semelhante ao das marés, de enchente e vazante:  “... a beleza de sua chegada e a solene tristeza de sua partida...” (Buber, 1958a, p. 33).


Algo fundamental para relacionamentos saudáveis é dialogar. Em tempos de tanta urgência nas respostas, parar e ouvir tornou-se um grande desafio. Tanto quanto estar realmente presente, quando passamos muito tempo preocupados em responder a demandas virtuais.

Dialogar pode ser uma ótima forma de realizarmos trocas efetivas e crescermos, mas será que estamos dialogando mesmo?

Tenho acompanhado pessoas que chegam achando que dialogam, mas não o fazem. Primeiro por não estarem realmente presentes, depois por não conseguirem dar espaço a escuta limpa de pré-conceitos. E por fim, pelo mau hábito de tentar usar as interações para dar voz as suas necessidades. Um erro!

Verdadeiros diálogos promovem relacionamentos tranquilos, dão espaço para acordos sinceros, qualificam o que o outro está podendo ser, confirma diferenças e respeito. Quem se abre para tal exercício passa a perceber o quanto isso dá qualidade as suas relações e possibilita encontros legítimos.

Difícil? Um pouco. Mas eu sempre digo: pense no ideal, realize o seu possível e se gratifique por ter dado mais um passo.


Vejo que, quando as pessoas se tornam conscientes das suas dificuldades relacionais e de como a falta de diálogo contribui para isso, elas tendem a se esforçar para rever os seus maus hábitos. Basta querer e praticar.


O principal pressuposto para o surgimento de um diálogo genuíno é que cada um deveria olhar seu parceiro como a pessoa que ele realmente é. Torno-me consciente dele, consciente de que ele é diferente, essencialmente diferente de mim, de uma maneira única e definida que lhe é própria; e aceito a quem assim vejo, de forma que eu possa plenamente dirigir o que digo a ele, como pessoa que é.
(Martin Buber)
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